Gigante do setor siderúrgico deve redirecionar recursos para projetos internacionais em 2026. Entenda os motivos da redução no aporte nacional e o impacto para o mercado brasileiro.
Em meio à forte concorrência com o aço importado e à ausência de medidas contundentes de proteção comercial por parte do governo federal, a Gerdau decidiu reduzir seus aportes financeiros no Brasil nos próximos anos. A informação foi confirmada pelo presidente-executivo da companhia, Gustavo Werneck, durante coletiva com jornalistas e analistas após a divulgação dos resultados do segundo trimestre.

Desde o início de 2025, cerca de 1.500 trabalhadores foram desligados, reflexo direto da pressão provocada por produtos importados e a baixa atuação estatal. “A decisão está tomada”, afirmou Werneck, que demonstrou profunda frustração com a falta de ações mais duras por parte do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
Mesmo com investimentos mantidos neste ano — cerca de R$6 bilhões no total, sendo R$4 bilhões destinados ao Brasil — a empresa já planeja reavaliar sua estratégia entre agosto e setembro, com anúncio oficial previsto para outubro, durante encontro com investidores.
🇺🇸 Em contrapartida, os aportes da Gerdau nos Estados Unidos seguem garantidos, refletindo a preferência por ambientes com políticas comerciais mais favoráveis.
Werneck criticou duramente o sistema de cotas e tarifas brasileiro, considerado ineficaz para conter a entrada de aço estrangeiro, principalmente da China. Segundo ele, o país está “abrindo mão de R$6 bilhões em arrecadação fiscal” ao permitir tal penetração no mercado nacional.